Ao consultório dos pediatras, mães e pais chegam com todos os tipos de dúvidas logo após o nascimento do bebê. Obviamente não faltariam aquelas sobre o aleitamento materno, uma fase tão importante para o desenvolvimento dos pequenos e também para que estejam protegidos de doenças.
Com os pacientes da pediatra Rossana De Carli, do Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa, não é diferente. E em agosto, mês de apoio à amamentação, a médica ressalta:
“O recém-nascido deve mamar por livre demanda até os seis meses, e o leite materno deve ser a alimentação exclusiva do bebê nesta fase. Depois disso, podem ser introduzidos outros alimentos, mas o ideal é que a amamentação siga concomitante pelo menos até os dois anos.”
Agosto Dourado
A cor dourada do mês da campanha foi escolhida em razão do padrão ouro de qualidade do leite materno. Segundo o Ministério da Saúde, a amamentação é considerada a forma de proteção mais econômica e eficiente para diminuir as taxas de mortalidade infantil – estatísticas mostram ser capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças com menos de cinco anos.
Amamentação e covid-19
Alguns casos documentados já indicam até mesmo que a mãe vacinada para a covid-19 é capaz de transmitir para o bebê os anticorpos contra a doença. E para mães que estejam infectadas, um alerta: a doença não é contraindicação para a amamentação, pelo contrário – a criança também recebe os anticorpos produzidos nessa situação. Ou seja, o leite materno não apenas é uma fonte de nutrição como a principal forma de fortalecer a imunidade do bebê nos primeiros momentos de vida.
“A única contraindicação absoluta para a amamentação da criança é quando a mãe é HIV positivo. Em casos de ela estar infectada por coronavírus, o principal cuidado necessário é que ela use máscara enquanto dá o peito ao bebê”, explica a pediatra.
Rossana ainda acrescenta a importância da higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.
Dicas e dúvidas
Confira algumas das principais dicas de Rossana para as mamães sobre a amamentação:
Livre demanda: dê o peito sempre que o bebê pedir até pelo menos os seis meses. Ele vai demonstrar a vontade de mamar chorando ou fazendo movimentos de sucção com a boca. Por volta dos três meses, o próprio bebê começará a demonstrar a vontade em intervalos mais ou menos fixos.
Intervalo entre mamadas: para recém-nascidos, caso ele não peça pelo peito ou esteja dormindo, não deixe passar de três horas o intervalo entre mamadas.
Saciedade: se a criança mamou tudo que tinha em um dos seios, passe para o outro – faça isso apenas após realmente esvaziar o primeiro. Se ela não dormir após mamar nos dois seios, é porque não está satisfeita. Nesse caso, é indicado o uso de fórmula, que pode ser dada com uma seringa ou copinho, até que o bebê durma e até que a mãe produza mais leite.
Fezes do bebê: as fezes podem mudar de consistência pastosa a água amarelada. Com fórmula ou quando outros alimentos são introduzidos (após os seis meses), muda de consistência e cor.
Alimentação da mãe: tudo que você comer ou beber vai transferir para o leite e para a criança, por isso a ingestão de álcool de qualquer tipo é contraindicada. É preciso garantir a hidratação, tomando cerca de três litros de água por dia. No dia a dia, a alimentação deve ser a mais completa possível e bastante natural. Chimarrão e café não chegam a ser contraindicados. Assim como qualquer outro alimento ou bebida, você deve observar se há reações do bebê como cólicas, por exemplo, e evitar nesses casos.