Um dos temas recorrentes no campo da ciência da computação, com soluções no meio corporativo, a Inteligência Artificial (I.A.) está próxima de ser aplicada no Hospital Mãe de Deus. A projeção do setor de Tecnologia e Soluções da AESC é implementar iniciativas no primeiro trimestre de 2020. Para esclarecer conceitos ligados a I.A., como o de Machine Learning, o setor de Business Inteligence e Analytics convidou o doutorando da Escola Politécnica da PUCRS, Henrique Dias, premiado duas vezes pela Google, para conduzir uma oficina sobre o que existe de prática no campo da saúde. O evento ocorreu na quarta-feira, 4 de dezembro, no auditório do HMD.
Desmitificando a tecnologia
Um dos pontos iniciais da oficina foi informar que a ciência de dados não é de domínio único dos especialistas em tecnologia da informação, pois depende da interação com outros profissionais. “Algoritmos da I.A. são fáceis de usar, e são as pessoas da área fim que dão um olhar específico sobre as necessidades, com avaliação qualitativa”, destacou Dias. Ele também enfatizou que utilizar I.A. dentro de um hospital garante um ganho de eficiência muito grande. Para isso, basta “ensinar as máquinas, pois algoritmos aprendem por exemplos”. O importante é identificar padrões para que se possam apontar soluções. Sobre segurança dos resultados, ressaltou que por mais que o processo seja automatizado, as decisões não são tomadas pela máquina. É fundamental haver o olhar humano, pois a tecnologia não tem exatidão suficiente.
Respeito às especificidades
O sucesso da aplicação de uma solução de Machine Learnig, de acordo como o palestrante, depende de uma coleta adequada de dados, seleção e pré-processamento. Tendo essas etapas resolvidas, o resultado positivo é consequência da escolha do melhor algoritmo, sempre respeitando as especificidades de cada empresa ou instituição. “Cada hospital pode montar seus índices com base em sua realidade. É possível escolher qualquer desfecho que a máquina irá aprender. A ideia dessa nossa oficina é mostrar a urgência do uso da I.A.”, mencionou.
Projeto piloto no HMD
Na segunda etapa da oficina, Maicon Freitas, da área da B.I. e Analytics da AESC expôs o projeto piloto desenvolvido com o doutorando. Nele, está sendo testado o agendamento de leitos após a realização de cirurgias. A aplicação auxiliará no processo que se inicia desde a tomada de decisão de um médico sobre a realização do procedimento cirúrgico até a reserva de um leito ou CTI. “Selecionamos o algoritmo com base nos dados do HMD, e buscamos o que oferecia maior precisão. Nosso teste agora passará por ajustes, com o auxílio da equipe de agendamento”, comenta Freitas. A previsão é pôr em prática essa solução de I.A ainda no primeiro trimestre de 2020.
Sobre o palestrante
Henrique Dias é doutorando em Ciência da Computação, responsável pelo Grupo de Inteligência Artificial na Saúde, um projeto com o Hospital Conceição e a PUCRS focado em desenvolver soluções para problemas reais de saúde pública utilizando Inteligência Artificial. O seu projeto de I.A. na Saúde conquistou o Google Latin America Research Awards nos anos de 2018 e 2019, além do Prêmio Empreenda Saúde, do Hospital Sìrio-LIbanês. Dias vem atuando em parceria com o setor de Tecnologia e Soluções da AESC no desenvolvimento de melhorias nas soluções de sistemas.