Atendimento à beira do leito ganha mais proximidade e humanização com o prontuário afetivo / Comunicação AESC

Nos hospitais mantidos pela AESC, o paciente “é o amor da vida de alguém”, e o acolhimento sempre foi um princípio no que se refere à humanização. Isso agora está estampado também na ficha de atendimento. Como? O Hospital Santa Ana e no Hospital Mãe de Deus, aderiram à proposta do “prontuário afetivo”, que tem aproximado as equipes de profissionais da saúde das famílias e daqueles que estão em tratamento nas unidades.

Inspiração a partir da pandemia

No Mãe de Deus, a semente da iniciativa está ligada à pandemia do novo coronavírus, quando alguns enfermeiros e técnicos começaram a escrever informações pessoais dos pacientes no vidro dos leitos. A partir disso, perceberam o quão importante é mostrar para as famílias que o paciente não é “só um paciente”.

A ideia dos prontuários foi se aperfeiçoando e, desde o início de julho, estão em cada leito da UTI, preenchidos com informações cedidas por parentes e equipes do hospital, e até mesmo do próprio paciente, quando possível. A ação agora é rotina diária.

“Pequenas ações como essa trazem, além de motivação para os pacientes, resultados benéficos para reabilitação e recuperação. É recompensador.”

Carolina Kalil, fonoaudióloga no Hospital Santa Ana
Entrada do leito de paciente da UTI no Hospital Mãe de Deus / Comunicação AESC


Foco nos cuidados prolongados

No Hospital Santa Ana, que atende pacientes pelo SUS, encaminhados pela Secretaria Municipal da Saúde, a iniciativa começou a ser implementada ainda em junho e já faz parte do atendimento a pacientes que precisam de cuidados prolongados.

“Nos organizamos como equipe multidisciplinar para tornar o projeto personalizado para nossos pacientes em cuidados prolongados. Alguns têm dificuldades para se expressar. Outros, não têm rede de apoio ou familiares nem sempre podem estar presentes. Isso nos torna, como equipe, a rede de apoio aos pacientes naquele momento”, relata Carolina Kalil, uma das idealizadoras do projeto no Santa Ana.

Fonoaudióloga, Carolina teve a parceria das colegas nutricionista Marcelli Gomes, da assistente social Fábia Moura e da psicóloga Renata Campos Dotto.

“Todos da equipe são convidados a se envolver no projeto. É recompensador, seja a equipe assistencial, de governança, administrativa, familiares e pacientes. Pequenas ações, como passar batom na mulher que sempre foi vaidosa, mostrar fotos do filho para quem já não consegue segurar o retrato com as próprias mãos, chamar o indivíduo pelo nome que gosta trazem, além de motivação para os pacientes, resultados benéficos para reabilitação e recuperação”, completa Carolina.

Equipe multidiscipilnar que idealizou o prontuário afetivo no Hospital Santa Ana: assistente social Fábia Moura, nutricionista Marcelli Cardoso, fonoaudióloga Carolina Kalil e psicóloga Renata Campos


Multiplicação do afeto

No embalo dos primeiros exemplos, já foram criados prontuários afetivos para o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, e para o Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa, onde a adesão deve ter início em breve. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS AD) da AESC, em Porto Alegre, também manifestaram interesse em participar da iniciativa.

Aproveitando as boas ideias

Segundo Carolina, “a ideia da implementação do prontuário afetivo no Hospital Santa Ana surgiu após observarmos uma onda de reportagens sobre hospitais que estavam aderindo a esse tipo de prontuário”.

A iniciativa do prontuário afetivo está em disseminação pelo Brasil há alguns meses, especialmente como forma de proporcionar mais conforto emocional e auxiliar na recuperação dos pacientes, muitas vezes impedidos de receber visitas devido aos cuidados necessários frente à pandemia. Notícias relatam a prática em diferentes estados, como Alagoas, Maranhão, Ceará, Paraná e Piauí.

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