O mundo testemunha o que tem sido considerada a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de 5 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia em razão da invasão pela Rússia. Com isso, o tema da migração e do refúgio tem estado ainda mais em evidência, assim como a necessidade de que sua discussão alcance um número maior de atores sociais.
Aprofundar esse debate e capacitar pessoas no atendimento de migrantes e refugiados é uma das principais motivações do ForMigra, Programa de Formação e Capacitação em Mobilidade Humana e Deslocamentos Forçados promovido pela Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, por meio do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), de Caxias do Sul, ao lado de cinco universidades. O projeto de extensão, que tem alcance nacional e ocorrerá ao longo de 2022, terá seu lançamento oficial em evento na Universidade de Caxias do Sul (UCS) na próxima terça-feira (10 de maio).
Por meio do projeto de extensão, planeja-se oferecer, em 2022, pelo menos 20 cursos, em diferentes tópicos, voltados a servidores públicos, funcionários ou voluntários de entidades assistenciais ou ONGs que atuem em prol de migrantes e refugiados, universitários que estudem os temas e demais interessados de todo o país.
Cinco cursos já têm programação fechada para o primeiro semestre, e outros quatro cursos para o segundo. As inscrições são gratuitas para todos, com a possibilidade de ser cobrado um valor simbólico àqueles que desejarem ter o certificado.
As cinco instituições de Ensino Superior (IES) que também promovem o ForMigra são: Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).
Para o coordenador do programa no CAM, Adriano Pistorelo, a parceria com as IES permite uma formação a nível universitário, com a possibilidade de que os participantes recebam certificações que possam ser utilizadas em seus projetos futuros e acadêmicos.
“Nosso principal propósito é que a gente capacite e leve adiante a responsabilidade social dentro de um tema tão atual, o de migrações e refúgios. É um debate que merece o comprometimento de atores da sociedade civil, de entidades e de universidades, não apenas dentro da sociedade gaúcha, mas também da brasileira”, afirma Pistorelo.
Próximas atividades
O primeiro curso da iniciativa já foi realizado. Em 27 de abril, Adriano Pistorelo apresentou o seminário Regularização Migratória pela via Laboral e Acesso Migranteweb 2.0, com certificado oferecido pela UPF. As inscrições para outras quatro atividades deste semestre devem ser divulgadas em breve:
- Os Impactos do Deslocamentos Forçado na Saúde Mental, em 16 de maio, das 15h às 17h30min, com certificados oferecidos pela UCS
- “Capacitação para a Mídia” – Dicas de Comunicação para Atores Ligados à
Temática Migratória, em 23, 25 e 27 de maio, das 9h às 11h, com certificados oferecidos pela UCS
- Advocacy na Prática: Caminhos e Aprendizados ao Fazer Incidência Política, em 2 e 9 de junho, das 18h às 20h, com certificados oferecidos pela UCS
- Deslocamento Interno, Aprimoramento e Inclusão dessa Categoria no Ordenamento, em 15 de junho, das 9h às 11h, com certificados oferecidos pela UPF
Sobre o CAM
Criado em 1984, o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) tem sede em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, e representa o serviço de Responsabilidade Social da Associação Educadora São Carlos (AESC), sua mantenedora. É uma das obras da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, cuja origem se deu em Piacenza, na Itália, em 1895, e desde essa data, está presente no Brasil. O CAM presta serviços de acolhimento a migrantes, refugiados e apátridas, com orientação para regularização de documentos, advocacy, empregabilidade e saúde mental, entre outras formas de integração à sociedade brasileira.