Nesta semana, o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), mantido pela Associação Educadora São Carlos (AESC), em Caxias do Sul, recebeu a inédita visita do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). A representante da organização, Gisele Netto, conheceu, no dia 14 de setembro, os trabalhos desenvolvidos pela equipe local, como suporte à regularização de migrantes e refugiados, formação e qualificação de pessoal em temas ligados à migração e auxílio humanitário, especialmente no contexto da pandemia de coronavírus.
O CAM e a Acnur iniciaram parceria institucional em agosto de 2020. Atualmente, realizam de forma conjunta a edição on-line e gratuita do Seminário de Capacitação em Regularização Migratória e Atendimento Assistencial a Imigrantes, com inscrições já encerradas. A formação é uma iniciativa do CAM com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), em parceria com Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Acnur.
De acordo com Gisele Netto, a proposta da Agência da ONU para Refugiados em realizar a visita ao CAM é de contribuir para a articulação dos diversos atores que trabalham na linha de frente da causa do refúgio no estado. “Há anos o CAM presta um serviço de excelência para a população refugiada e migrante em Caxias do Sul e é uma instituição de referência para mais de 50 municípios da região. Como forma de reconhecer os esforços feitos e contribuir para responder de forma efetiva às demandas existentes, o Acnur vai doar alguns itens ao Centro para apoiar o abrigamento de pessoas em situação de refúgio na cidade. Com isso, além de fortalecemos nossa relação institucional, contribuímos com as respostas necessárias para assegurar os direitos e o bem-estar da população refugiada”, destaca Gisele.
De acordo com a representante do Acnur, a realização em parceria do Seminário de Capacitação em Regularização Migratória e Atendimento Assistencial a Imigrantes “é uma ótima oportunidade para que os diversos atores interessados sobre o tema do refúgio, sejam membros da sociedade civil, de governos municipais ou estaduais, possam ter mais conhecimento sobre a realidade de quem foi forçado a se deslocar e chega ao Brasil em busca de proteção, para que seus direitos estejam garantidos”. Ela acredita que a troca de experiências a ser promovida pelo Seminário promove um entendimento mais amplo sobre quem são as pessoas refugiadas, sobre os motivos que as fizeram ter que deixar seus países de origem e abre possibilidade para que soluções locais sejam discutidas a fim de promover uma melhor integração das pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio.