Neste domingo, 15 de agosto de 2021, completam-se 150 anos do nascimento da bem-aventurada Madre Assunta Marchetti. Nascida em Camaiore, na Itália, Maria Assunta Caterina Marchetti foi cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, em 1895, ao lado do bem-aventurado Dom João Batista Scalabrini e do irmão, venerável Padre José Marchetti. Nesse mesmo ano, veio para o Brasil como missionária, para ajudar migrantes, órfãos e doentes.
Os primeiros anos de madre Assunta no país foram em São Paulo. Quando se mudou para o RS, em 1918, teve uma breve passagem por Bento Gonçalves, e depois se instalou em Nova Bréscia. Em fevereiro de 1921, foi para Nova Vicenza (hoje Farroupilha), onde viveu por oito meses, após retornar para São Paulo.
“Nesta nova missão em Nova Bréscia, organizamos o ensino, a catequese, visitas às famílias, teatro na escola, muito integradas com aquela comunidade de imigrantes. Não havia médicos. Tive que tratar muitas pessoas com problemas de saúde; também assisti a muitos partos.”
Madre Assunta Marchetti, em sua passagem pelo RS, entre 1918 e 1921
Entre as primeiras realizações da congregação em solo gaúcho está o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, em Farroupilha, fundado em 1917. A instituição nasceu com o objetivo de atender às necessidades de Educação Infantil do município colonizado por imigrantes italianos.
Assista os vídeos “Voltando às Origens – Missão Itinerante: Legados de Madre Assunta”
A vocação de atender os migrantes e os mais necessitados se multiplicou em espaços de acolhimento tanto na saúde quanto na educação e na assistência social. Madre Assunta exerceu sua missão em escolas, comunidades, administrou hospitais e orfanatos, assumiu a condução da Congregação como Superiora Geral e fortaleceu a instituição com a formação de novas irmãs. Viveu 76 anos, 53 deles no Brasil. Morreu em São Paulo (SP), no Orfanato Cristóvão Colombo, Vila Prudente, em 1º de julho de 1948, deixando um grande legado.
Milagre no Hospital Mãe de Deus
A postulação da causa de beatificação de madre Assunta ocorreu no ano de 1994, após suposta cura milagrosa quando um paciente, depois de sofrer grave parada cardíaca, foi atendido no Hospital Mãe de Deus. Mesmo com todos os cuidados e suporte para reanimação, sua condição se agravou ao ponto de correr risco de morrer.
Uma irmã da Congregação da Venerável Serva de Deus, sabendo da difícil situação do paciente, invocou madre Assunta, pedindo sua intercessão para a cura. As coirmãs scalabrinianas da comunidade do HMD se uniram em oração com familiares do enfermo. Após transferência para a UTI, o paciente teve uma excelente recuperação, sem manifestar sequelas da grave patologia sofrida, e morreu somente 18 anos após o episódio.
Após treze anos da postulação, houve o reconhecimento do milagre pelo Vaticano, em 17 de dezembro de 2013, por meio de decreto do Papa Francisco. A cerimônia de beatificação ocorreu em 25 de outubro de 2014, data de aniversário da Congregação das Irmãs de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, na Catedral Metropolitana de São Paulo.