A Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas celebra 125 anos de existência. É um momento para ser vivido com muita intensidade, louvor, gratidão e reconhecimento a Deus, o Senhor da vida e da História, que nos acompanha em sua Providência.
Foi a 25 de outubro de 1895, na Itália, que Dom João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, fundou a Congregação, e teve como cofundadores o Venerável padre José Marchetti e a Bem-aventurada Assunta Marchetti.
O que levou Dom Scalabrini a fundar as Congregações Scalabrinianas, primeiro os padres e depois as irmãs, ele mesmo o diz:
“Há vários anos, em Milão, fui expectador de uma cena que deixou em meu espírito, uma impressão de profunda tristeza. Passando pela estação de trem, vi uma vasta sala, os pórticos laterais e a praça adjacente invadidos por trezentos ou quatrocentos indivíduos, vestidos pobremente, divididos em diversos grupos. Em suas faces bronzeadas pelo sol, sulcadas por rugas precoces que a privação costuma imprimir, transparecia o tumulto dos afetos que agitavam seus corações naquele momento (…). Eram migrantes (…) Parti comovido (…).”
É a origem do carisma scalabriniano na Igreja. O Espírito Santo se manifesta ao seu coração e lhe infunde o dom da compaixão pelo migrante. Assim, o carisma da Congregação é dom do Espírito Santo doado ao fundador e transmitido a cada uma das irmãs para a edificação da Igreja. O carisma scalabriniano nos interpela a viver a acolhida, a solidariedade, a itinerância apostólica, sendo “migrante com os migrantes”, e a testemunhar a comunhão na diversidade.
A finalidade própria da Congregação é o serviço evangélico-missionário aos migrantes, preferencialmente aos mais pobres, em situação de maior vulnerabilidade, que necessitam de uma ação pastoral específica. O campo de atuação é vasto: escolas, hospitais, centros sociais, asilos de anciãos, casas de formação, paróquias, dioceses, conferências episcopais, organismos internacionais, centros de promoção de escuta e de acolhida de migrantes e refugiados, centros de estudo e de documentação.
Hoje, a Congregação está presente em 27 países e nos convida a celebrar com grande alegria e reconhecimento ao Senhor o caminho percorrido, a história que foi sendo construída, não sem sofrimentos, mas sempre com as bênçãos e as graças de nosso bom Deus.
Através de toda a ação apostólico-missionária da Congregação, seja junto aos migrantes, na educação, na saúde, na ação social e em tantas outras atividades, a Congregação foi cumprindo sua missão.
Neste momento histórico, cabe a nós irmãs, benfeitores, leigos engajados e colaboradores em nossas obras, darmos continuidade à missão scalabriniana, iniciada por quatro irmãs corajosas, que atravessaram o Oceano Atlântico para aqui atender os migrantes e expandir a Congregação, tornando realidade o pensamento de Scalabrini: “Para o migrante a pátria é a terra que lhe dá o pão”.
Nos 125 anos é oportuno fazer memória, agradecendo e reconhecendo o passado histórico, colocando-nos à escuta do presente e confiando com fidelidade criativa no futuro que o Senhor continuará conduzindo e provendo, como dizia nossa querida Bem-aventurada Madre Assunta: “Deus vê, Deus provê”!
O caminho percorrido até aqui foi sempre muito abençoado. Apesar das falhas, que são inevitáveis, houve muitos mais acertos. Durante a caminhada, acompanharam-nos, sempre, Maria, Mãe dos Migrantes, o Bem-aventurado João Batista Scalabrini, o Venerável padre José Marchetti, a Bem-aventurada Assunta Marchetti e o nosso protetor, São Carlos Borromeo.
Por tudo o que recebemos das mãos do Senhor Deus, nossa ação de graças. Pelo bem que foi realizado ao longo desses primeiros 125 anos, nossa profunda gratidão a todos os que fizeram e fazem parte desta história. O Bem-aventurado Scalabrini abençoa a todos.
Ir. Elena Ferrarini
Diretora Presidente da AESC